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REST vs gRPC: Qual a diferença?

Publicado em: 20 de August de 2025 | Categorias: Microsserviços
REST vs gRPC: Qual a diferença?

Quando falamos em comunicação entre sistemas, duas abordagens se destacam bastante: REST e gRPC. Com o crescimento dos microserviços e APIs, escolher o protocolo certo pode impactar significativamente a performance, manutenibilidade e escalabilidade do seu sistema. Entender essas diferenças ajuda a escolher a tecnologia certa para cada projeto e otimizar a arquitetura das suas aplicações.

Explicação

O REST é como uma conversa em linguagem natural: simples, baseado em URLs e no protocolo HTTP. Ele segue princípios fundamentais como ser stateless (sem estado), cacheable (permite cache) e ter uma interface uniforme. REST usa formatos como JSON ou XML para trocar dados, o que facilita a leitura por humanos e torna o debugging mais intuitivo.

Já o gRPC é mais parecido com uma ligação telefônica técnica entre especialistas: rápido, direto e muito eficiente. Ele usa Protocol Buffers (Protobuf) para serializar os dados, que são mais compactos que JSON, e roda nativamente em HTTP/2, permitindo streams bidirecionais e multiplexação de conexões.

Comparação

Aspecto REST gRPC
Performance Menor (JSON + HTTP/1.1) Maior (Protobuf + HTTP/2)
Facilidade de uso Alta (ferramentas padrão) Média (requer geração de código)
Debugging Fácil (texto legível) Mais complexo (formato binário)
Compatibilidade Universal Limitada a linguagens suportadas
Streaming Não nativo Nativo (4 tipos diferentes)
Tipagem Flexível (JSON schema opcional) Forte (definida no .proto)
Tamanho das mensagens Maior Até 3x menor
Browser Support Total Limitado (requer gRPC-Web)

Exemplos

REST

    
    GET /api/usuarios/123
    Host: exemplo.com
    Content-Type: application/json
    

Resposta:

    
    {
      "id": 123,
      "nome": "Ana Silva",
      "email": "ana@exemplo.com",
      "created_at": "2024-01-15T10:30:00Z"
    }
    

gRPC: Definição com Protobuf

    
    syntax = "proto3";

    service UsuarioService {
      rpc ObterUsuario (UsuarioRequest) returns (UsuarioResponse);
      rpc CriarUsuario (CriarUsuarioRequest) returns (UsuarioResponse);
      rpc ListarUsuarios (ListarRequest) returns (stream UsuarioResponse);
    }

    message UsuarioRequest {
      int32 id = 1;
    }

    message CriarUsuarioRequest {
      string nome = 1;
      string email = 2;
    }

    message UsuarioResponse {
      int32 id = 1;
      string nome = 2;
      string email = 3;
      string created_at = 4;
    }

    message ListarRequest {
      int32 page = 1;
      int32 limit = 2;
    }
    

No gRPC, o cliente gera código automaticamente a partir do .proto, e a chamada é feita como se fosse um método local, sem precisar montar manualmente uma requisição HTTP.

Conclusão

A escolha entre REST e gRPC não precisa ser exclusiva. Muitas organizações modernas adotam uma abordagem híbrida: gRPC para comunicação interna de alta performance entre microserviços e REST para APIs públicas e integrações externas.

REST brilha na simplicidade, compatibilidade universal e facilidade de uso, sendo a escolha natural para APIs abertas e acessíveis. gRPC mostra sua força em cenários que exigem alta performance, baixo consumo de rede e comunicação intensa entre serviços.

A decisão final deve considerar fatores como experiência da equipe, requisitos de performance, compatibilidade necessária e complexidade do projeto. O importante é escolher a ferramenta certa para resolver o problema específico que você está enfrentando.